terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sirva-se de um cubinho de açúcar

Te quero perto, te quero logo
Quero-te de desespero, quero-te de saudade, te preciso
Você me faz falta, você me tira o ar necessário de sobrevivência
Quero a ência da minha essência do ser, quero a imanência da poesia espacial;
Quero você, quem me faz do dia, especial.
Que fosse um amor impiedoso; um amante traidor, que fosse outros; mas não
Um amigo longe, não posso. Não com isso.
Volta.
Quero-te meu tresloucado amigo
Porque a saudade é infinita e dói amarga
Quero suas risadas, suas aventuras de poeta;
De seu sorriso, sua voz, sua música, sua vida
Eu preciso, e agora, e corrido
Quero-te para a eternidade
Porque a distância é cruel e
escorre pelos olhos
Só rezo para agüentar e que nada mude, meu Deus, será ?
Recolho-me ao silêncio
E ao desejo de te ver
Novamente.

Confissões de um indivíduo do séc. XXI

Desesperei-me. Não consegui conter meu grito. Saiu mudo de tão estridente. Caí no chão como um animal e começei a me debater. Em minha cabeça todos os palavreados que já ouvi, e também os que não ouvi. As lágrimas de desespero; quero arrancar meus cabelos, quero roer minhas unhas até o final. Levantei e olhei a tragédia de novo. Ainda não estava preparado. Quando eu podia imaginar... ? Não, foi um sonho. Vou acordar, vou acordar. Merda, não acordo. Levantei, dei dois pulinhos na cama e um giro na cadeira. Fui até a cozinha, abri a geladeira com esperança de salvação. Sem sucesso, voltei pro quarto e, novamente, morri de desgosto. Pulei na cama, implorei pra que não fosse verdade. Me virei para frente denovo. Não, não não! Tem que acabar. É um pesadelo! Ao meu suor frio, caí de cabeça na bancada, onde eu desejava ficar pra sempre, desmaiado. Na frente, a tela do meu computador, avisando que eu havia perdido todos os meus arquivos.

Insano

Eu estava voltando da escola pra casa, aquele mesmo calor infernal de sempre. A rua lotada, os múrmurios sobre o último capítulo da novela, a mesma preparação pro final de ano de sempre. Foi então que do outro lado da calçada eu avistei. Não acreditei na capacidade dos meus olhos. Será verdade ? Era você.
Caminhei, passo a passo, meu estômago girando de nervoso. Será que eu ia, será que não ?
Será que era, será que ia ser, será que foi ? Começava a sentir o sangue ferver dentro de mim; em toda a minha monótona existência não podia acreditar que um acontecimento tão diferente podia suceder de tal maneira.
Continuei e, numa ensutiástica esperança, dessas que fazem nosso coração bater mais forte, gritei seu nome. Nada. Enchi o peito de ar, gritei mais forte. Nada. A monotonia parecia a mesma; o calor insuportável o mesmo. Ah não, não era. Não podia ser. Era você.
Você estava parado, sem mexer um cílio. Decidi, num gesto brusco, acenar.
Mal contive minha euforia devido à sua reação. Você tinha acenado de volta.
Eu levantei as duas mãos e sorri.
Você e eu erguemos os braços e abrimos um sorriso. Era você.
Corremos então com os braços abertos para o encontro, os pulos em sincronia na rua lotada. Eu e você te olhamos. Eu e você sorrimos. Eu e você estávamos a poucos centímetros de se tocar.
Sou eu.

Naufrágio em alto-mar

O oceano
É um infinito
De imensidão
Azul e triste e profundo, ele pinga
pinga
pinga
pinga
pinga
pinga
.
.
.
.
.... .... iicc... ic. Alguém fecha essa torneira, pelo amor de deus.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Tinha Pressa

Nasceu prematura. Aos poucos meses já andava; começou a falar cedo, a mãe perguntava-se se a filha era um mutante. O médico, surpreendido, insistia em repetir: “Mas essa menina tem um q.i altíssimo!”. A mãe não ligava; não sabia quem era esse tal de “q.i”. Talvez uma nova coleção de havaianas, dessas que vem até com microship pra fazer pipoca. Aos sete anos praticava balé, vôlei, natação, tocava piano, flauta, fazia teatro, sapateado e tiro. Aos onze começou a estudar física quântica, e na adolescência já planejava o vestido de seu casamento. Casou-se aos 18, teve filho aos 19 e se separou aos 20. Ia levando a vida sem olhar para o hoje e sempre fazendo planos para o ano que vem. Sempre experimentando mais a fundo as idades que ainda lhe viriam, tentando praticar hidroginástica e comendo mingau dia sim dia não. Um dia estava na rua, esperando o sinal tomar seu colorido vermelho e dar autorização para atravessar. Aliás, taí uma coisa que odiava. Um verbo que não suportava. “Esperar”. Puta merda, tinha vontade de xingar todo mundo! Nada lhe dirigia mais ódio do que isso. Mas, voltando de seus devaneios, estava esperando o sinal. Abruptamente, a rua ficou deserta, mas com carros vindo em sua direção. Nesse seu “vou ou não vou” aconteceu o que ela nunca esperava. Um homem de cabelo violeta passara sua frente, assim, sem mais nem menos. Decerto tinha perdido seu senso. Ah! Isso não! Nunca em sua vida ela permitiria uma coisa dessas! Correu atrás dos homem, para poder passar-lhe a frente. Mas não conseguiu. Seus passos pequenos foram interrompidos por uma buzina e dois faróis que a engoliram. E sua maior preocupação, seu medo era achar que tinha sido vencida por aquele rapaz, aquele que teria sido mais rápido que ela, pela primeira vez em toda sua existência. Morreu com esse pavor.

Casa Das Artes de Laranjeiras

Devido ao tão irritante "vestibular" e "aulas sábados", a gente é obrigado a perder um ano da nossa vida olhando gráficos e lendo a história daqueles caras lá que fizeram aquela revolução; Pois é, não tem como fugir disso (a não ser que você se rebele e conte a verdade: "Mãe, vou ser naturalista. Vou viver na Floresta da Tijuca e comer folhas secas".Tá, não dá.) Por causa do tempo, tão precioso, a gente é obrigado a sair das coisas que mais ama fazer na vida. E, no meu caso, eu vou ser obrigada a excluir da minha rotina uma fonte de alegria semanal. Trata-se de um lugar em especial. E nada mais justo que homenageá-lo, sabe como é, por meio de palavras. Então, lá vai: Existe, nesse meu mundo, um melhor lugar para se estar. Não é conhecidíssimo, altamente badalado, invejado; não cheira nem fede, não pinga nem seca; não é Paris, Roma ou Inglaterra. É melhor. É onde a felicidade existe de corpo, alma e espírito (se é que felicidade tem corpo, diga-se de passagem...). Um lugar onde a loucura não cabe por inteira; transborda. É diferente, isolado, misterioso, onde (já dizem por aí) o sábado é o começo, apesar do final. Onde o palco é o objetivo, o foco é o principal. É doce, tem seus próprios sons, cheiros, gostos; tem sua união e sua bizarrice, todas num mesmo conjunto. Tem vida. Obrigado, vocês sabem quem, por cada segundo.

Declaro que

Cansei. Dessa vida medíocre, desse conjunto de encenações diárias à que eu, e aparentemente todos nós somos obrigados a nos submeter. Chega de bom dia; boa tarde; boa noite. Chega de "feliz aniversário", chega de oi e tchau. Chega de matemática, chega de inglês. Chega de ficar calado no ônibus, de subir observando todos no elevador. Cansei. Quero gritar pro mundo que somos diferentes; quero gritar que as opiniões mudam, que nem todos riem da mesma piada ou choram com o mesmo filme. Esse negócio de fazer o certo pra lá e pra cá está me irritando. O mundo virou um estereótipo (aliás, palavra curiosa essa... há uns tempos ninguém sabia seu significado, hoje tá pra lá de conhecida), a gente virou padrão. Etiqueta, etiqueta, etiqueta. Copia, cola, copia, cola. Viramos uma máquina de xerox. E sem direito à cor! Eu me rendo! Decidi cair nessa "onda" de blogs. Mas não é imitação! Juro que só quero dividi-lhes minhas fitas banana. Escrever sobre nada e tudo ao mesmo tempo. Sobre o que der na telha. Eu juro!