terça-feira, 24 de novembro de 2009

Insano

Eu estava voltando da escola pra casa, aquele mesmo calor infernal de sempre. A rua lotada, os múrmurios sobre o último capítulo da novela, a mesma preparação pro final de ano de sempre. Foi então que do outro lado da calçada eu avistei. Não acreditei na capacidade dos meus olhos. Será verdade ? Era você.
Caminhei, passo a passo, meu estômago girando de nervoso. Será que eu ia, será que não ?
Será que era, será que ia ser, será que foi ? Começava a sentir o sangue ferver dentro de mim; em toda a minha monótona existência não podia acreditar que um acontecimento tão diferente podia suceder de tal maneira.
Continuei e, numa ensutiástica esperança, dessas que fazem nosso coração bater mais forte, gritei seu nome. Nada. Enchi o peito de ar, gritei mais forte. Nada. A monotonia parecia a mesma; o calor insuportável o mesmo. Ah não, não era. Não podia ser. Era você.
Você estava parado, sem mexer um cílio. Decidi, num gesto brusco, acenar.
Mal contive minha euforia devido à sua reação. Você tinha acenado de volta.
Eu levantei as duas mãos e sorri.
Você e eu erguemos os braços e abrimos um sorriso. Era você.
Corremos então com os braços abertos para o encontro, os pulos em sincronia na rua lotada. Eu e você te olhamos. Eu e você sorrimos. Eu e você estávamos a poucos centímetros de se tocar.
Sou eu.

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